Simpósios Temáticos

ST 1: Usos do passado, ensino de história e patrimônio: problemáticas para o presente (PRESENCIAL)

Miriam Bianca do Amaral Ribeiro, Cristina Helou Gomide, Fernanda Barros

Nos tempos em que vivemos, quando o enfrentamento ao negacionismo da ciência se coloca como parte de nossas tarefas como historiadores e, de maneira indissociável, como nossa atitude enquanto sujeitos da história no tempo presente, discutir as relações entre usos públicos da história, ensino de história e a questão do patrimônio se coloca como parte desse enfrentamento. Como o ensino de história, dentro e fora das salas de aula, colabora ou desconstrói o negacionismo? Como isso se deu e se dá ao longo da história do ensino de história? Como os usos públicos do passado têm reafirmado a hegemonia ou contribuído para uma contra hegemonia? Isso é um episódio isolado ou é um projeto político que se revigora no presente? Como os usos públicos do passado se apresentam no presente? Como as questões relativas ao patrimônio histórico e cultural têm sido apropriadas pelo discurso negacionista e como o temos confrontado? Quais tarefas nós temos, diante dessas questões, como professores de história, pesquisadores da história, participantes dessa história? Essas e tantas outras questões nos moveram a propor esse momento de socialização de interrogações e construções coletivas de possibilidades de investigação e posicionamento. Para tratar essa temática estamos partindo do conceito de cultura história e suas relações com os usos públicos da história e a história ensinada. Cultura histórica, a partir de Le Goff (Le Goff, 2003), seria o modo como as sociedades constroem e reconstroem seu passado ou o que as pessoas consideram sobre seu passado e que lugar, espaço e valor, lhe destinam num determinado momento. Há uma forma como a sociedade entende e interpreta seu passado, a cultura histórica. Essa interpretação se articula às relações de poder e, então, há interpretações em disputa em uma sociedade de classes antagônicas, sendo uma, aquela vinculada aos interesses das classes dominantes, então, hegemônicas. Nos ajuda também Raymond Williams (WILLIAMS, 1979) quando nos diz que ressignificamos o passado, de onde o que nos chega como resíduo, emerge com novos sentidos no presente e, então, é ressignificado pelos interesses que nos cercam agora. Consideramos que há o uso público de um projeto de história produzida e ensinada como cultura histórica hegemônica, ressignificada no presente, disponibilizada e exercitada nas salas de aula, nas ruas, nos monumentos, nos nomes das escolas, das praças, nos eventos, nas mídias variadas. Esse Simpósio Temático se propõe a aproximar trabalhos e debates que pensem as articulações entre ensino de história, patrimônio e usos públicos da história. Acolheremos abordagens ampliadas desses debates envolvendo história, ensino de história, patrimônio e os usos públicos da história, sustentadas por contribuições teóricas diversas e não apenas as que nos referenciam.

 

ST 2: EXPERIÊNCIAS MUSICAIS EM SUAS MULTIPLAS TEMPORALIDADES E RESISTÊNCIAS (ONLINE)

Tiago de Jesus Vieira, Danillo Freire Pacheco

Este Simpósio Temático tem por finalidade receber pesquisas que explorem a música como um fenômeno sociocultural, explorando suas múltiplas realidades e sentimentos. À vista disso, tem consolidado e ampliado as discussões que convergem História & Música, utilizando-a como fonte documental ou como objeto historiográfico. Como afirma Michel de Certeau que “toda pesquisa historiográfica se articula com um lugar de produção socioeconômico, político e cultural” (1982, p. 66), assim, a música reflete as transformações morais e sociais de uma dada realidade. Desse modo, o presente Simpósio Temático tem como objetivo proporcionar o diálogo entre pesquisadorxs com investigações em fase de desenvolvimento ou finalizadas que, em diferentes temporalidades, estejam voltadas para reflexão das músicas de resistências, explorando gêneros tais como: o punk, rap, funk, MPB e etc. Buscando, desta forma, uma interlocução com diferentes metodologias e perspectivas epistemológicas. 

 

ST 3: Ensino, usos do passado e história do tempo presente (ONLINE)

Álvaro Ribeiro Regiani, Makchwell Coimbra Narcizo, Daniel Lucas de Jesus Oliveira

O presente simpósio temático busca reunir pesquisas em torno do ensino de história e seus usos públicos de modo a analisá-la como ações políticas no tempo presente. Consideramos importante pesquisas que articulem depoimentos, testemunhos, memórias, histórias de vida e biográficas voltadas a um pensamento crítico-reflexivo e/ou a uma educação articulada pelos Direitos Humanos. Dada a crescente onda de intolerância ao conhecimento e a pluralidade de pensar e existir espelhadas em negacionismos e revisionismos, pretende-se discutir trabalhos que reflitam a alteridade, os usos do passado e o conhecimento histórico do tempo presente. Desse modo, pensar o ensino de história e uma educação voltada aos direitos humanos como elementos constitutivos para uma reflexão teórica sobre o tempo presente enseja um compromisso com valores advindos de ações solidárias e democráticas, bem como no combate às práticas e políticas autoritárias. 

 

ST 4: Temporalidades, imaginários políticos e memórias culturais (ONLINE)

Edson Arantes Junior, Recírio José Guerino, Winícius Rosa Martins

 

O presente Simpósio Temático procura promover reflexões acerca dos conceitos de memória e imaginário, e suas relações com a cultura material e imaterial. Diversas temporalidades são mobilizadas para a elaboração e legitimação das nossas ações. Especialmente, das relações de poder que se sustentam por meio de um sistema de imagens que produzem uma teia de signos, símbolos e significados. Buscamos discutir como o social é influenciado por memórias culturais diversas que se confluem em uma dinâmica que expressa as disputas de interesses do presente sobre passado, novos campos de imaginário, nos quais os indivíduos buscam e atribuem significados à sua existência. Portanto, partindo de textos e autores clássicos: Paul Ricoeur, Jacques Le Goff, Pierre Nora, Maurice Halbwachs, Aleida Assmann, Jan Assmann, dentre outros; pretendemos reunir trabalhos com enfoque em temáticas e abordagens de diversas temporalidades (desde a antiguidade à contemporaneidade) que discutam a história e a memória, as linguagens políticas e suas pluralidades, as relações de poder/submissão/subversão do imaginário. Nesse sentido, os trabalhos mnemónicos devem ser entendidos como produtos do presente de quem lembra, sempre mirando para o futuro, seja por meio das esperanças, dos sonhos ou mesmo das utopias pensadas no passado. Desejamos reunir trabalhos que dialoguem com as múltiplas possibilidades de reflexões sobre os conceitos elencados acima. 

 

ST 5: Narrativas, Histórias Públicas e Aprendizagem histórica (PRESENCIAL)

Cristiano Nicolini, Ana Beatriz Bernardes

As narrativas são a expressão da consciência histórica nos diferentes espaços e temporalidades. Através dela construímos sentidos para as nossas experiências, sejam elas individuais ou coletivas. Rüsen (2014) insere essas manifestações no âmbito da cultura histórica, na qual se desdobram o que conhecemos hoje por Histórias Públicas (LIDDINGTON, 2011). Partindo desses conceitos e referenciais, o presente Simpósio Temático se apresenta como um espaço de comunicação, discussão e síntese de trabalhos desenvolvidos no âmbito do ensino, da pesquisa e da extensão nos diferentes espaços em que a narrativa perpassa processos de ensino e aprendizagem histórica. Serão bem vindos relatos de experiência, pesquisas em andamento ou concluídas nos diversos níveis de formação, bem como projetos desenvolvidos em museus, clubes, mídias, dentre outros. Na articulação entre a Didática da História e as Histórias Públicas, compreende-se que é urgente pensarmos as diferentes apropriações, usos e abusos dessas narrativas na esfera pública: quem produz conhecimento e de que forma? Quais os critérios para lermos e interpretarmos tais manifestações? Num ano marcado por comemorações, eleições e tantas outros eventos que envolvem a coletividade, queremos pensar a gênese, as formas e as funções que a consciência histórica exerce no tempo presente (SADDI, 2012), a qual utiliza-se do passado na significação das experiências e na projeção de futuros possíveis. 

 

ST 6: Lugar de mulher é na História: saberes e práticas culturais, sociais, religiosas e artísticas (PRESENCIAL)

Robson Rodrigues Gomes Filho, Michelle Dos Santos, Lilian Monteiro de Castro

Nos últimos anos, tornou-se notório o avanço dos movimentos de extrema direita no Brasil e no mundo bem como o impulso do autoritarismo, da intolerância e o retrocesso nos direitos das mulheres, assim, é tanto necessário salientar as múltiplas exclusões e apagamentos por elas sofridos ao longo da história quanto divulgar suas histórias alternativas, seus futuros imaginados, suas lutas e sua potência em múltiplos contextos e espaços, muitos deles marcados pela continuidade das estruturas e práticas coloniais, pelas violências de toda ordem em esferas privadas e públicas. Para além disso, mesmo suas representações narrativas - históricas, literárias e cinematográficas -, na maioria das vezes, sequer são produzidas por elas mesmas. Buscando valorizar a presença, a atuação e a produção das mulheres, este simpósio visa acolher trabalhos cujos objetos perpassam os saberes e as práticas religiosas, culturais, sociais, políticas, intelectuais e artísticas (plásticas, literárias e fílmicas) femininos, em diálogo com a história das mulheres, os estudos de gênero, as teorias interseccionais, decoloniais, feministas, comparatistas, com vistas à reflexão tanto sobre as relações de poder que enredam tais saberes e práticas, como a construção de suas representações e suas memórias na história e historiografia contemporâneas. 

 

ST 7: Vida, luta e os sonhos do povo: movimentos sociais do campo e da cidade (ONLINE)

Valtuir Moreira da Silva, Lucas Pires Ribeiro

Os movimentos sociais têm representado, ao longo do processo histórico, muitas utopias e distopias no Brasil. Reivindicando, em diferentes oportunidades, a conquista do direito à moradia, do acesso à terra, da proteção ao meio ambiente, da igualdade de gênero, do direito a ter uma vida digna de uma forma em geral. A proposta deste Simpósio Temático é trazer à luz do debate histórico as inúmeras experiências que demonstram que o povo brasileiro não estivera “bestializado”, mas sempre se comportou como agente ativo de sua história. Organizando coletivamente o processo de resistência aos ditames e privilégios das elites dirigentes, produzindo resiliência e, também, ensinamento por meio das lutas e labutas sociais. Acreditamos ser possível alcançar esse proposito dentro do Simpósio Temático por meio da apresentação de trabalhos de diferentes pesquisadores e pesquisadoras das mais diferentes “áreas” do conhecimento. Intelectuais que apresentarão suas pesquisas sobre os movimentos sociais, independentemente do contexto histórico, inseridos tanto no campo quanto na cidade. Nesse sentido, poderão ser apresentados pesquisas sobre movimentos sociais que versam sobre os povos originários/indígenas, negros, população periférica, camponeses, mulheres, comunidade LGBTQIA+ e outros segmentos que não hesitaram e continuam não hesitando na luta para a garantia dos seus direitos. 

 

ST 8: Pesquisa e ensino de História Antiga e Medieval: novas abordagens e perspectivas historiográficas (ONLINE)

Maria Dailza da Conceição Fagundes, Dianina Raquel Silva Rabelo, Neemias Oliveira da Silva

Este Simpósio Temático pretende reunir investigações nas áreas de História Antiga e Medieval e fomentar o debate sobre os usos da Antiguidade e do Medievo na atualidade, tanto no âmbito da pesquisa quanto do ensino. Assim, considera-se a ampliação das possibilidades de abordagem para a reflexão e a produção de conhecimento sobre os processos sociais, políticos, econômicos, religiosos e culturais situados no âmbitos desses dois períodos históricos, incluindo as relações e conexões estabelecidas a partir da experiência de diversos povos e culturas no Mediterrâneo. Espera-se com este Simpósio promover discussões acerca das reformulações propostas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) referentes ao ensino de História Antiga e Medieval e estabelecer diálogos com as mais variadas abordagens historiográficas acerca da Antiguidade e do Medievo, incluindo a História Global, a História Comparada, a História Cultural e a História Pública. A temática proposta visa também agregar trabalhos que dialoguem com diversas áreas, tais como a literatura, a medicina, a música, a arquitetura, o cinema, o corpo, a recepção e usos do passado, entre outras, com vistas à constituição de um amplo panorama sobre questões conceituais e práticas referentes aos períodos em questão. 

 

ST 9: Gênero & Sexualidades: história e culturas alternativas (ONLINE)

Victor Hugo da Silva Gomes Mariusso, Walter Valdevino do Amaral

Compreender a presença de uma cultura hegemônica em nossa sociedade, a partir de um conjunto de significados e valores vivenciados como prática pautada por tensões, transformações e acomodações entre culturas que se opõem ou estão alternativas a ela, se faz importante. Interessa, não somente o fato de a cultura hegemônica estar ligada às práticas que prevalecem, tidas como normas e regras a serem seguidas, mas, por ela não esgotar todas as ações, energias e intenções humanas (WILLIAMS, 1979). Nesse sentido, o simpósio temático busca dialogar com trabalhos que estejam voltados para os estudos de gênero e as sexualidades não-hegemônicas. Entende-se que, discutir sobre as culturas alternativas e de oposição, é refletir a existência de pessoas que possuem um modo de vida diferente e não querem ser perturbadas, e outras que, mesmo vivenciando estes modos de vida buscam mudar a sociedade a partir de suas experiências (WILLIAMS, 2005). Daí a necessidade de compreendermos o processo hegemônico mais do que uma simples transmissão de um domínio. As culturas que questionam e ameaçam esse domínio são objetos de discussão desse simpósio temático. Se faz necessário percebemos o lugar e as ações daqueles que estão fora ou as margens de uma cultura hegemônica, neste caso, da cisheteronormatividade. Propomos, portanto, um espaço no qual, trabalhos que dialoguem com práticas não hegemônicas ligadas ao gênero e as sexualidades serão importantes para construirmos um lugar na produção acadêmica, que ultrapasse as margens, uma vez que, que ela ainda compreende tais produções, como algo fora das discussões que normalmente prevalecem. 

 

ST 10: Política e Sociedade na América Latina do século XXI: Esquerdas e Direitas (ONLINE)

Luís Cláudio Rocha Henriques de Moura, Kaithy das Chagas Oliveira

Desde as divisões surgidas nos processos históricos produzidos pela Revolução Francesa, a divisão entre grupos políticos caracterizados como esquerda e direita vêm fazendo parte da organização e da leitura de realidades sociais em torno do globo. Essas posições foram historicamente constituídas em torno desses conceitos que são constituídos por suas características, ações, ideologias, simbologias, dinâmicas, heróis, cânones, todo um mundo de significados e práticas que envolvem os diversos matizes das tonalidades políticas contemporâneas. No início do século XXI, o mundo viu surgir uma reorganização da direita, em boa parte de maneira reativa às esquerdas no poder ou às suas pautas, trazendo novos fenômenos à vida e disputas políticas. Na América Latina esse processo também pode ser observado dentro de uma dinâmica entre os campos políticos das esquerdas e direitas. No final do século XX, vemos uma onda progressista ocupar pelos votos o governo de diversos países. Vemos personagens como Hugo Chávez na Venezuela, Néstor Kirchner na Argentina, Lula no Brasil, Evo Morales na Bolívia e no Uruguai Pepe Mujica, que chegaram ao poder por meio democrático. Ao mesmo tempo surgia o que autores chamaram de uma “Nova Direita”, mais conservadora e com discursos e práticas novas ou renovadas. Desse lado, surgiram nomes e fenômenos como Bolsonaro, o golpe policial-militar na Bolívia e Jeanine Añez, Keiko Fujimori no Peru, os ultradireitistas José Antonio Kast no Chile e Javier Milei, na Argentina. Esse ambiente político levou a uma polarização em diversos países da região, como Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Honduras e Peru, para citar casos mais visíveis desses processos sociais. Esse Simpósio temático tem por objeto a compreensão das diversas formas que as direitas e esquerdas latino-americana vem se desenvolvendo e se caracterizando nos últimos anos. Desde uma perspectiva da História do Tempo Presente, visamos trabalhar com análises que se debrucem sobre formas de organização políticas, pautas ideológicas, dinâmicas constituintes e de ações, personagens e forças coletivas presentes nestes processos socio-histórico.

 

ST 11 História, Narrativas, Identidades (ONLINE)

Marcelo Rodrigues dos Reis, Marcelo Gustavo Costa de Brito, Juliano de Almeida Pirajá

Sem abdicar da tradicional reflexão epistemológica quanto ao caráter narrativo da escrita historiadora, da tensão entre o paradigma realista idealizado no século XIX e o ficcional reconhecido hoje como inerente a qualquer organização narrativa, este simpósio pretende estimular debates para o reconhecimento de narrativas como elementos fundadores de imaginários. Pretende-se assim investigar como narrativas naturalizam mundos, a forma como circulam e se fazem hegemônicas, quem as produz e, é claro, as contra-narrativas que desestabilizam as identidades fixas. Nessa abordagem, trabalhos pautados em análises de narrativas literárias, fílmicas, jornalísticas, televisivas e HQs encontram espaço privilegiado para reflexões. O sociólogo francês Pierre Bourdieu, entre outros estudiosos, alerta para perigosa invisibilidade do que ele chama de poder simbólico: “Num estado do campo onde se vê o poder por toda parte (...) é necessário saber descobri-lo onde ele se deixa ver menos, onde ele é mais completamente ignorado e, portanto, desconhecido: o poder simbólico” (Bourdieu, 2002, p.7-8). Ainda segundo Bourdieu, “o poder simbólico é, com efeito, esse poder invisível o qual só pode ser exercido com a cumplicidade daqueles que não querem saber que lhe estão sujeitos ou mesmo que o exercem” (idem). O simpósio História, Narrativas e Identidades tem como objetivo estimular o debate de modo a auxiliar seus participantes a reconhecer este poder tantas vezes invisível apontado por Bourdieu. Na invisibilidade, o simbólico, expresso em narrativas e representações, normaliza comportamentos, institui verdades, delimita as fronteiras entre norma e desvio, desejado e indesejado, entre quem pertence e quem deve ser excluído. Compreender esse processo que institui sentidos válidos para o mundo em detrimento de tantos outros possíveis, que naturaliza valores como se fossem verdades absolutas e universais, está no centro das preocupações acadêmicas deste simpósio.

 

ST 12: Narratividade, RolePlaying Games e Educação (ONLINE)

Eduardo Kolody Bay

Este simpósio se propõe a receber trabalhos que dialoguem sobre RPGs (RolePlaying Games) e jogos diversos relacionados aos estudos históricos. Os debates sobre a área de jogos são recentes no Brasil, necessitando ampliação de interação entre seus pesquisadores. Ainda que as discussões sobre a construção de narrativas sejam antigas e estejam presentes em diversas áreas do saber, a construção de narrativas interativas e dinâmicas presentes nos RPGs ainda carecem de devida exploração. Nesse sentido, é interessante encontrar pesquisadores e também professores que tratem da utilização de narrativas interativas enquanto ferramentas pedagógicas. Serão aceitos, também, trabalhos que abordem reflexões críticas sobre universos ficcionais – obras que por vezes constituem o cerne desses jogos e suas narrativas e que normalmente tratam de questões pertinentes ao tempo histórico e às sociedades nas quais seus escritores se inserem, aproveitando-se de narrativas ficcionais para pensar sua realidade. A exploração da imaginação histórica, do storytelling e outras ferramentas que permeiam a prática do RPG (como as que estão presentes nas metodologias ativas) ganham cada vez mais importância na renovação das práticas escolares. 

 

ST 13: HISTÓRIA DA SAÚDE E DAS DOENÇAS: ENTRE PRÁTICAS E REPRESENTAÇÕES (ONLINE)

ROBSON MENDONÇA PEREIRA, Leicy Francisca da Silva, SÔNIA MARIA DE MAGALHÃES

Esse simpósio temático tem como propósito promover o debate entre pesquisadores que desenvolvem produção relacionada ao campo historiográfico da saúde e das doenças, no contexto nacional e especialmente regional. O objetivo é reunir pesquisas que: contemplem ideias, ações e práticas de assistência à saúde das populações pobres, no âmbito estatal e privado, políticas públicas de saúde em diferentes contextos históricos; abordem a questão da estruturação dos espaços institucionais de saúde, a medicalização da sociedade, o confronto entre os discursos da medicina científica e o das práticas de cura popular; reflitam acerca da interpretação, do acesso, da produção, da utilização e das diversas possibilidades de apreciação das fontes e acervos produzidos em âmbito médico institucional, jurídico, popular e acadêmico. Serão bem-vindas análises plurais de atividades científicas relacionadas à saúde e às doenças em perspectiva ampla em distintos momentos históricos. São bem acolhidos pesquisadores e profissionais de diversas áreas do conhecimento com afinidade com os temas elencados. 

 

ST 14: Carisma e poder: dimensões conceituais da pesquisa e dos discursos históricos na religiosidade, política, cultura e sociedade nas décadas iniciais do século XXI (PRESENCIAL)

Jadir Gonçalves Rodrigues

O Simpósio tem por objetivo a abertura de um espaço de encontro e discussão entre pesquisadores da política, cultura, sociedade e religiosidades na atualidade. Propõe-se congregar historiadores e cientistas sociais em geral no contexto dos debates, perspectivas e reflexões sobre a os estudos que trabalham com os pressupostos do Carisma e do Poder no contexto brasileiro, entendido aqui em sentido amplo. O Simpósio Temático Carisma e poder: dimensões conceituais da pesquisa e dos discursos históricos na religiosidade, política, cultura e sociedade nas décadas iniciais do século XXI, se propõe a abrir espaço para a discussão sistemática, proposições, formulações de pesquisas que privilegiem a diversidade de experiências acadêmicas no enfrentamento com as fontes, a bibliografia e a interdisciplinaridade que condiciona e, ao mesmo tempo, impõe às narrativas um padrão de escrita crescentemente erudito, complexo e sofisticado. Pretendemos reunir variadas experiências de pesquisa que envolve os múltiplos aspectos da temática proposta, considerando a realidade brasileira contemporânea e considerando o carisma e poder enquanto categorias essenciais da formulação dos discursos tradicionais e atuais, com vistas a constituição não só de um espaço de debate, mas de reflexão sobre o referido assunto. São referenciais desta abordagem sobre a temática em suas múltiplas proposições e dimensões, particularmente as variações do poder e do carisma enquanto categorias doutrinárias fundamentais da retórica religiosa, política, cultural e social: Teun A. Van Dijk, Leonardo Boff, João Batista Libanio, Max Weber, Pierre Bourdieu, Roger Bastide, Peter Berger, Mircea Eliade, Émile Durkheim, Leonildo Silveira Campos, dentre muitos outros. Dessa forma, o presente Simpósio Temático está aberto a dois movimentos: a) o movimento para dentro: o estudo histórico-social dos autores de uma tradição intelectual clássica, considerando seus herdeiros e interlocutores; b) o movimento para fora: a apresentação das recentes pesquisas acadêmico-científicas em suas múltiplas modalidades e níveis, assim como a constituição de novas historiografias no interior deste campo intelectual ou de outras áreas do saber com ele relacionado. 

 

ST 15: Para além das fronteiras - as relações entre história e literatura (PRESENCIAL)

Thayza Matos, Layra De Sousa Cruz Sarmento

O movimento historiográfico iniciado na França na primeira metade do século XX conhecido como Escola dos Annales modificou drasticamente a compreensão sobre o que viria a ser ou não uma fonte historiográfica. Novos objetos de pesquisa surgem à medida que novas questões vão sendo formuladas. O campo historiográfico dessa forma, se amplia, incluindo em seu escopo não somente os antigos documentos empoeirados com informações preciosas, mas também toda uma gama de obras que produzem reflexões e assertivas sobre a realidade. Por acreditarmos no caráter profícuo da relação história-literatura, entendemos que as subjetividades tornam-se elementares para tal estudo. Sandra Jatahy Pesavento afirma que existe uma convergência importante na relação história-literatura: ambas têm o real como ponto de partida, ambas são um constructo humano. Nesse sentido, as narrativas produzidas pela história e pela literatura possuem como referência o real, seja para negá-lo, construí-lo, legitimá-lo ou desconstruí-lo. Enxergamos também nessa rica relação história-literatura as possibilidades de interpretar outros regimes de historicidade - remetendo ao pensamento de François Hartog - e atentar ao futuro como esse vir a ser possível de transformar e revolucionar. Assim, propomos aqui acolher trabalhos que tenham a Literatura em toda sua multiplicidade como documento privilegiado e as metodologias específicas que essa documentação exige. 

 

ST 16: Religiões e espiritualidades na modernidade tardia (PRESENCIAL)

João Paulo de Paula Silveira, Wellington Cardoso de Oliveira

O simpósio procura reunir pesquisadores/as da paisagem religiosa contemporânea, compreendida como contexto pós-tradicional, de individualização e pluralização dos itinerários das crenças. Nela, a imaginação religiosa dos sujeitos busca responder às carências e expectativas oriundas dos diversos lugares sociais, sejam eles políticos, de classe, etários etc. Compreendemos que a imaginação religiosa também possui um papel importante nos projetos identitários diversos que procuram garantir aos sujeitos algum grau de segurança ontológica e pertencimento ao mesmo tempo em que tenta responder ao embotamento e à burocratização das experiências sociais da modernidade tardia. Esse horizonte de pluralização, individualidade e projetos identitários favorece ainda a errância religiosa e o desenvolvimento das “espiritualidades” inclinadas às bricolagens, à reimaginação de tradições antigas e à tradução de tópicos e questões seculares que incluem saúde, ambientalismo, autoaperfeiçoamento etc. Esperamos reunir pesquisadores/as dos campos do conhecimento que se dedicam cientificamente à diversidade da tapeçaria religiosa contemporânea, suas interfaces com outros aspectos da realidade social, como a política, os direitos humanos, a saúde, as mídias e a ecologia, bem como pesquisas sobre as novas religiões e espiritualidades. Igualmente, serão bem-vindas as comunicações que se debrucem sobre os tensionamentos religiosos contemporâneos e sobre as questões teóricas, metodológicas e conceituais que orientam os estudos das religiões. 

 

ST 17: Teoria da História e História da Historiografia: historicidade, epistemologia e ideias (PRESENCIAL)

Julierme Morais, Manoel Gustavo Neto

Este Simpósio Temático busca abrigar reflexões teóricas colocadas no pretexto de serem, ao mesmo tempo, históricas. Trata-se de compreender a Teoria da História não apenas como o lugar da reflexão epistemológica sobre o que é e como proceder no caso de uma investigação controlada do passado, mas também como a dimensão onde a teoria é, ela própria, histórica. Sustentamos que é na relação com a História da Historiografia que a Teoria da História consegue historizar-se, contextualizando seus problemas, pois, é neste procedimento que pesquisadores (neófitos e/ou experientes) conseguem compreender as problemáticas de ordem conceitual e epistemológica. Tal proposta possui, portanto, um horizonte didático. Neste sentido, visamos voos mais altos, uma vez que sustentamos também que pensar a História da Historiografia do ponto de vista de uma História Intelectual ou das Ideias amplia em muito as possibilidades de conferir historicidade às reflexões epistemológicas. É quase que anedótico os testemunhos dos discentes de História, segundo os quais Teoria da História consiste numa disciplina particularmente difícil, devido a seu teor notadamente conceitual e ao seu aspecto demasiado abstrato. Em vista disso, nossa proposta busca gerar um espaço de articulação entre Teoria da História e História da Historiografia no qual discentes e docentes assumam as reflexões epistemológicas inerentes ao trabalho teórico, não sem a devida contextualização acerca das diferentes tradições, das diferentes escolas intelectuais pertinentes. Tal movimento da Teoria da História para a História da Historiografia, garante que a Teoria seja não apenas da História, mas que seja, de igual modo, histórica ela própria.